Que consulta rápida
- Equipe Asoprev
- 5 de nov. de 2022
- 3 min de leitura
Muitos de vocês até chegarem a esse texto já tiveram a oportunidade de irem até uma clínica de medicina ocupacional onde muitas vezes se depararam com a recepção cheia e com vários comentários como os que se seguem: “que consulta rápida”, “não demorou nem dez minutos”, “eu nem precisava vir aqui”. Esses comentários trazem à tona uma clara frustração devido a uma quebra de expectativa, pois muitas pessoas de forma equivocada atribuem a qualidade do atendimento e consequente o cuidado com a saúde ao tempo demandado dentro do consultório. Antes de iniciarmos uma breve argumentação é importante deixar claro que o ser humano em qualquer circunstância é merecedor de total atenção, respeito e carinho por qualquer profissional da área da saúde. Em se tratando de medicina ocupacional a avaliação da saúde do trabalhador está pautada em um conjunto amplo de ações multidisciplinares que incluem a elaboração de documentos, como: PGR/PCMSO/LTCAT/PPP/APT/AET até a realização de treinamentos existentes nas várias Normas Regulamentadoras vigentes.
Assim sendo, quando o médico inicia o seu atendimento, pressupõe-se que este profissional já tenha estudado de forma profunda os documentos e análises realizados pelos outros profissionais que compões a estratégia de segurança e saúde do trabalho, tal como: Técnico de segurança do trabalho, Engenheiro de segurança do trabalho, Enfermeiro do trabalho, Ergonomista, etc. Há várias maneiras de se abordar o trabalhador/paciente para se realizar uma boa anamnese, e vários métodos podem ser aplicados, tais como: O método clássico e o método centrado no individuo. Não devemos desprestigiar a experiência do médico, pois cada profissional apresenta as suas particularidades, sempre tendo em mente a ética, os bons costumes e o respeito.
Após o trabalhador/paciente adentrar no consultório e se sentar de forma confortável, duas ações deveriam ser rotineiras, como olhar em seus olhos e cumprimentá-lo. Essas duas ações infelizmente, muitas vezes são desrespeitadas e o médico nesse momento perde uma grande oportunidade de demonstrar que o protagonista principal e o mais importante é o trabalhador/paciente. Logo em seguida já ciente da função dos riscos ocupacionais e da descrição da atividade a qual será exercida ou já exercida, uma pergunta aberta sempre é bem vinda tais qual: “tem alguma queixa” ou “tem algo em que posso te ajudar?”, são dois exemplos de perguntas bem simples, mas que podem desencadear um breve diálogo ou um dialogo denso e extenso. Na grande maioria das vezes o trabalhador/paciente em uma clínica de medicina ocupacional se encontra hígido e saudável, sem patologias e agravos que o incomodam. Portanto a brevidade das consultas está muito mais relacionada a boa saúde do trabalhador/paciente, visto que quando não há queixas ou reclamações não há sentido em se alongar em exames físicos mais aprofundados e realização de manobras especiais, evitando-se assim contatos físicos desnecessários. Lembrando que isso não deve levar a raciocínios simplificados e equivocados, pois a avaliação física do trabalhador/paciente já está sendo realizada desde de sua chegada na clínica (no caminhar até o consultório, no gestual durante a conversa e entrega de documento pessoais utilizando os membros superiores, ao se sentar e levantar, ao expor seu membro superior na aferição da pressão arterial, ao inspirar e expirar, etc.)
Pode-se concluir também que no momento da consulta o trabalhador/paciente se torna responsável pelas informações prestadas para que assim ações possam ser realizadas de acordo com a sua necessidade.
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